Reflexões sobre reencarnação e vidas passadas

Desde criança eu sempre tive total fascínio pelo extremo Oriente, especialmente pela China e sua cultura milenar. Não sei explicar mas eu me sentia muito atraída por tudo - a estética, as roupas, as comidas, a mitologia, as pinturas em nanquim. E desde a infância eu sentia que já havia sido chinesa em alguma outra vida, mas claro, a princípio eu achava que era apenas uma superstição fantasiosa.

Anos mais tarde, aos 33 anos, quando eu fui morar em Chiang Mai, essa suspeita se tornou ainda mais forte. O norte da Tailândia tem uma visível influência chinesa, seja por conta dos imigrantes chineses que ali moram, seja na cultura ou na culinária.. E lá, eu me sentia estranhamente em casa. Com uma familiaridade que eu nunca havia vivenciado em nenhum outro lugar.

Um dos meus lugares favoritos na cidade era, claro, o bairro chinês.

Era passar do portal com os leões de pedra que eu mergulhava em uma espécie de transe. Os cheiros da barraca de temperos/medicina chinesa, o mercado abarrotado de cerâmicas, estátuas, luminárias vermelhas.. a loja de "chapéu de palha triangular"! Todo aquele cenário me transportava a um estado de estranhamento, a uma sensação muito bizarra e, ao mesmo tempo, maravilhosa!

Teve uma vez que eu senti uma espécie de desconexão corpórea dentro do mercado. Fiquei totalmente atordoada. Como se eu estivesse acessando alguma memória antiga guardada em alguma parte longínqua da alma.

Loucura da minha cabeça? Pode ser!

A única coisa que sei é que eu amei cada cantinho daquela cidade e especialmente daquele bairro. Bem em frente a entrada do mercado tinha um templo Taoísta - um lugar mágico e especial.

Experienciar essas situações me fez ter ainda mais confiança no fato de que nossas almas são eternas e.. há lugares que nos lembram disso.

No mais, aqui dentro do meu coração eu só sinto muita saudade. Da Tailândia, da minha paixão pela China e de ficar saindo do corpo toda vez que eu ia passear no ตลาดวโรรส.