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Arcano 9: O Eremita

  • Foto do escritor: Fernanda Bienhachewski
    Fernanda Bienhachewski
  • 18 de jun.
  • 2 min de leitura

No tarô, cada arcano maior desvenda uma imagem arquetípica universal, e a carta de número 9, O Eremita, é uma das mais profundas e introspectivas. No baralho Waite-Smith, de 1909, sua imagem é imediatamente reconhecível e rica em simbolismo, representando uma pausa necessária na jornada da vida para buscar sabedoria interior. Longe da agitação do mundo, o Eremita nos convida a um retiro reflexivo, iluminado apenas pela luz de sua própria consciência.


A figura central do Eremita no baralho é a de um ancião solitário, curvado e com uma longa barba, vestindo um manto cinza que se mistura com o terreno isolado. Essa imagem evoca imediatamente a ideia de isolamento e introspecção. Ele não está fugindo, mas sim se aprofundando. Seu olhar parece penetrar além da superfície das coisas, buscando verdades ocultas. O manto, muitas vezes interpretado como um sinal de sabedoria, o protege das distrações externas e o envolve em sua própria energia espiritual.


Em sua mão direita, o Eremita segura uma lanterna, dentro da qual brilha uma estrela de seis pontas, a estrela de Salomão. Essa luz não é externa, mas sim a chama da sua própria sabedoria interior, adquirida com seu próprio esforço, que ilumina o caminho não para outros, mas para si mesmo. É um farol para a alma, guiando-o através da escuridão do desconhecido inconsciente. A estrela de Salomão simboliza a união do micro e do macrocosmo, do espiritual e do material, indicando que a verdadeira iluminação surge da integração dessas duas esferas. Em sua mão esquerda, ele segura um cajado, que representa prudência, aptidão, autoridade espiritual e a experiência acumulada ao longo de sua jornada. É com esse cajado que ele se apoia em seu caminho de autodescoberta, firmando seus passos em sua busca solitária.


A paisagem desolada e montanhosa ao fundo reforça a ideia de uma jornada árdua e solitária. As montanhas, muitas vezes símbolos de superação e elevação espiritual, indicam que o Eremita subiu a grandes alturas em sua busca por conhecimento. No entanto, a desolação também sugere que essa jornada pode ser desafiadora, exigindo paciência e resiliência. O Eremita não busca atalhos; ele está disposto a enfrentar a solidão e as dificuldades para alcançar uma compreensão mais profunda de si mesmo e do universo. O Eremita é aquele que busca o equilíbrio ao vencer todos os obstáculos espirituais, em um afastamento temporário na busca por respostas para a vida.


Quando o Eremita aparece em uma leitura de Tarô é sinal de que o consulente deve praticar a paciência e ser prudente para usufruir de sólidas realizações futuras, ele pode ser um convite para desacelerar, meditar, refletir. Esse arcano nos fala sobre sabedoria pessoal, organização da vida, vigilância social, autodesenvolvimento e revelações inconscientes. Nada para o Eremita é imediato, por isso ele não pode se perturbar com estados ansiosos e impacientes, suas metas são sempre a longo prazo. Cultivar a serenidade é fundamental.


Ao andar lentamente com seus próprios pés, o Eremita nos ensina o valor da autossuficiência espiritual e da busca pela verdade interior. Ele nos lembra que a sabedoria nem sempre é encontrada no barulho do mundo, mas sim na quietude da mente e na introspecção. É um arcano que celebra a riqueza da solidão e o poder transformador de olhar para dentro.



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