Arcano 18: A Lua
- Fernanda Bienhachewski

- 15 de jul.
- 3 min de leitura
Atualizado: 17 de out.
O décimo oitavo arcano do Tarô, a Lua, é um dos mais complexos simbolicamente e mais subjetivos do baralho. Esta carta nos convida a mergulhar nas profundezas da nossa psique e do nosso inconsciente.

Sua simbologia é rica e multifacetada. Um eclipse solar parcial é retratado na imagem (quando a luz do Sol é bloqueada parcialmente pela Lua), isso representa a predominância do inconsciente, das emoções e do que está oculto em detrimento da consciência plena e do esclarecimento. Esse fenômeno astronômico raro ilumina um caminho entre duas torres e dois animais opostos, que apesar de uivarem simultaneamente para a Lua, estão em posição de confronto e retratam a dualidade entre o lado instintivo e racional.
O lago da carta representa o inconsciente, lugar onde estão represados os sentimentos inertes, familiares, ocultos e incorporados. Nele estão as experiências passadas, as ideias e os sentimentos esquecidos.
O crustáceo (que pode ser um caranguejo, lagosta ou escorpião dependendo do baralho) que emerge da água revela o surgimento lento e gradual das verdades inconscientes que desejam vir à tona em busca de transformação e transcendência. Ele é símbolo da mudança, da necessidade de autoconhecimento.
As gotas que parecem ir em direção à Lua, como se o lago estivesse evaporando, nos diz que as lembranças do passado se esvanecerão e uma nova perspectiva surgirá. As dúvidas se dissiparão e o Sol finalmente brilhará em sua totalidade.
Essa carta simboliza o reino do inconsciente, dos sonhos, da imaginação, das intuições e dos medos mais enraizados, onde a lógica se dissolve e a verdade se revela através de lembranças e sensações. Ela é um lembrete de que nem tudo é racional e que a verdadeira sabedoria reside muitas vezes nos domínios do inexplicável. Esse arcano nos convida a honrar nossos ciclos emocionais, a explorar o poder dos nossos sonhos e a abraçar a intuição como uma bússola. Ao invés de temer as sombras que ela projeta, podemos usá-las como um farol para a autodescoberta, emergindo mais conscientes e resilientes.
Ao se deparar com a Lua em uma leitura, ela indica introspecção e a necessidade de autoconhecimento, frequentemente ela indica um momento de confusão, ilusões e dúvidas, no qual, nada é claro. Pode demonstrar períodos de crise existencial ou incerteza. Na noite enluarada, as coisas podem não ser o que parecem e a realidade se mistura com a fantasia, assim como o passado se mescla no presente. É um momento para estar alerta a enganos, e para não tomar decisões precipitadas, pois a Lua sugere que há algo oculto, algo que ainda não foi revelado, e que a verdade pode estar velada pelo mistério.
No entanto, a Lua não é um presságio de dificuldades; ela é a solução! Essa carta é um poderoso portal para a força da intuição e da sabedoria interior. Ela nos encoraja a confiar em nossos instintos e a prestar atenção aos sinais e sincronicidades que a vida nos apresenta. Os medos e inseguranças que surgem com esta carta são, na verdade, oportunidades para o autoconhecimento e o desenvolvimento pessoal. Ao confrontar nossas sombras, podemos incorporá-las e transformá-las em parte de nosso processo de autodesenvolvimento. Sonhos vívidos e mensagens intuitivas são comuns quando a Lua está presente, servindo como guias para desvendar os segredos do nosso eu interior. Na noite escura, abrace o mistério e deixe a luz da Lua iluminar o seu caminho para a Verdade.



Só estou admirada com tudo que escreveu aí. Aliás tudo o que escreve sempre. Parabéns!!!!♡