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Arcano 15: O Diabo

  • Foto do escritor: Fernanda Bienhachewski
    Fernanda Bienhachewski
  • 2 de abr.
  • 2 min de leitura



A carta do Diabo é uma das mais temidas do Tarô. No entanto, sua interpretação vai além da simples representação do mal e daquilo que é diabólico. Esse arcano simboliza nosso ego, nosso lado animal que busca a preservação da vida a qualquer custo, e com ele as amarras que nos prendem a padrões negativos, vícios, obsessões, desejos materiais, ganância, egoísmo e necessidade de controle e manipulação.


Ao analisarmos a simbologia da carta, encontramos duas figuras acorrentadas, representando a nossa própria escravidão aos nossos desejos mundanos. O Diabo é a personificação desses impulsos, da nossa própria sombra interna, que se não reconhecida e compreendida, acaba por comandar nossa existência, por isso, as personagens mesmo estando acorrentadas não parecem se incomodar ou se opor ao cárcere. Essa carta personifica nossas tentações e ilusões e nos convida a confrontar nossas trevas. Ele nos alerta para a necessidade do autoconhecimento, para que possamos primeiramente reconhecer e depois nos libertar dos padrões autodestrutivos que nos aprisionam, sejam eles de ordem emocional, material ou espiritual.


Em uma leitura de Tarô, a presença do Diabo pode indicar situações de obsessão, dependência, manipulação ou apego excessivo a pessoas ou bens materiais. O Diabo nos provoca uma reflexão profunda acerca dos nossos desejos e motivações, pois quando eles são somente determinados pelo ego acabam por nos trazer apenas frustração e infelicidade. É importante desenvolver a busca por uma vida mais conectada ao nosso progresso espiritual, pois se apenas nos dedicarmos a satisfação material estaremos fadados a um ciclo interminável de apego e sofrimento. Esse arcano nos lembra que a verdadeira liberdade reside na capacidade de se conhecer profundamente, sendo capaz de transcender as próprias limitações, na promoção de uma transformação interna que visa romper com padrões negativos, obsessores e limitantes - com tudo aquilo que nos impede de alcançar nosso pleno potencial e que prejudicam a evolução da alma.


Dessa forma, é importante ressaltar que o Diabo não representa o mal absoluto, mas sim as sombras que existem em todos nós. Precisamos aprender a integrar esse lado sombrio, a reconhecer nossos desejos e paixões, sem sermos dominados cegamente por eles. A verdadeira transformação ocorre quando somos alquimistas da nossa própria vida, pois a única mudança possível é sempre de dentro para fora.

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