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O que Santitham, na Tailândia, me ensinou sobre a Casa 11 e o Pertencimento

  • Foto do escritor: Fernanda Bienhachewski
    Fernanda Bienhachewski
  • 31 de ago.
  • 2 min de leitura

Atualizado: há 20 horas


Na Astrologia, a Casa 11 representa a nossa integração com a coletividade, os amigos verdadeiros, a nossa relação com a sociedade e os projetos futuros. É o lugar no nosso mapa astral onde nós nos sentimos pertencentes ao grupo, onde nos despimos de nossas individualidades para fazer parte de algo maior do que nós mesmos. É a casa que rege os ideais altruístas, humanitários, coletivos.


Os astrólogos tradicionais a chamam de "A Casa do Bom Espírito", pois ela está ligada a todos os contatos e bênçãos que nos ajudam a evoluir como seres humanos. Sabe aquelas pessoas que nos apoiam, que sustentam nossos ideais mais nobres e que torcem pelos nossos projetos? É a Casa 11 que rege essas conexões.


Para mim, eu diria que o cerne da questão da casa 11 é a noção de pertencimento. Como seres sociais. nós humanos necessitamos viver em comunidade. "Nenhum homem é uma ilha" já diria o poeta inglês John Donne retratando a nossa impossibilidade de viver isolados em nós mesmos.


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No entanto, o que aconteceria se um indivíduo vivenciasse desde a tenra infância experiências dolorosas em grupo, prejudicando sua noção de pertencer a um lugar? Com certeza, isso lhe geraria um sentimento de inadequação, de rejeição constante, de isolamento e também uma necessidade latente de validação externa para mascarar o medo de não caber em grupo.


Sei bem como é isso. Com o meu Quíron natal na Casa 11, minha relação com a coletividade sempre foi uma ferida aberta. Por anos, tentei me moldar para encaixar em lugares e grupos que me sufocavam, em uma busca incansável por pertencimento.


Porém, muito longe da minha terra natal, praticamente do outro lado do globo terrestre, eu tive o meu primeiro vislumbre do que eu havia buscado a vida inteira. Chiang Mai, no norte da Tailândia, foi onde eu verdadeiramente me senti em casa. Talvez um curioso caso de alguém cuja alma se reconhece em uma cultura ou país completamente diferente do território do nascimento do corpo.


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E foi no pequeno bairro de Santitham, com suas ruas estreitas e atmosfera acolhedora, que entendi o que significa ser "parte de um lugar". O pertencimento não se manifesta em grandes eventos, mas sim em pequenos gestos. É dar bom dia aos comerciantes, ter uma rotina nos mesmos lugares e perceber que as pessoas te reconhecem. É ser recebido com um "sentimos sua falta" depois de algumas semanas fora. No fim das contas, o que realmente buscamos é nos sentir queridos e importantes para os outros indivíduos da nossa comunidade.


Quando precisei ir embora, a sensação de vazio me trouxe de volta os antigos sentimentos de desconexão. No entanto, me refugiar nessas memórias me traz alívio. Sei que agora existe um cantinho especial do planeta, que me acolheu e me ajudou a curar, ainda que provisoriamente, essa ferida. É estranho se sentir tão próximo a uma cultura tão diferente da sua, mas a Casa 11 fala justamente sobre aspectos mais abstratos, complexos e de natureza da alma, não precisa fazer sentido. E é também a casa da esperança para o futuro. E é isso que eu esperançosamente desejo: poder retornar ao lugar onde meu corpo e minha alma se sentiram, finalmente, alinhados.



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