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Arcano 10: A Roda da Fortuna

  • Foto do escritor: Fernanda Bienhachewski
    Fernanda Bienhachewski
  • há 2 dias
  • 3 min de leitura

No Tarô, a carta de número 10, a Roda da Fortuna é um símbolo poderoso do conceito de impermanência e movimento da vida, refletindo as mudanças e ciclos naturais da existência.

Esse arcano é bastante enigmático, utilizando a versão do baralho de Waite - Smith como base podemos observar no centro da imagem uma roda giratória, sustentada por um eixo. No topo da roda, uma esfinge coroada segura uma espada, simbolizando a sabedoria, o mistério e a autoridade sobre os ciclos da vida. Descendo pela direita, uma serpente amarela se arrasta, esse animal é frequentemente associado à transformação e simboliza a mudança e a necessidade de aceitar as diferentes fases da vida. Enquanto subindo pela esquerda, a figura de Anúbis, o deus egípcio com cabeça de chacal, ascende, representando a transição e a jornada da alma. No círculo da roda, vemos as letras T-A-R-O e letras hebraicas que formam o nome impronunciável de Deus (YHWH), além de símbolos alquímicos para mercúrio, enxofre, água e sal, indicando os processos de transformação. Nos quatro cantos da carta, flutuam figuras aladas que representam os quatro elementos (ou também os quatro signos fixos do zodíaco: Touro, Leão, Escorpião e Aquário) que seguram livros, simbolizando a necessidade de conhecimento e a estabilidade em meio à impermanência. Todo esse conjunto visual reforça a ideia de que a vida é um ciclo constante de altos e baixos, regido tanto por forças kármicas quanto pela nossa própria ação e nossa capacidade de se adaptar e aprender com as mudanças. Essa dança entre destino e livre arbítrio nos mostra que o que está no topo hoje pode estar embaixo amanhã, e vice-versa.


Esse arcano nos convida a refletir sobre a natureza impermanente da existência e a constante virada de eventos que nos impulsiona adiante. Podemos fazer uma correlação entre a Roda da Fortuna e a Roda do Dharma, presente nas religiões orientais como o Hinduísmo e o Budismo, que é o ciclo de morte e renascimento no qual todos os seres estão destinados até se alcançar a iluminação que nos liberta do ciclo. Enquanto permanecemos na Roda somos fatalmente sujeitos a lei do karma - a lei de causa e efeito. Tudo o que semeamos, cedo ou tarde, nesta ou em outra vida, iremos colher.


Quando a Roda da Fortuna aparece em uma leitura de Tarô, ela frequentemente sinaliza um ponto de virada significativo. Este pode ser um momento de grande oportunidade, onde a sorte parece estar a nosso favor, ou, por outro lado, pode indicar a necessidade de adaptação diante de circunstâncias imprevistas. A carta nos lembra que, embora existam forças maiores em ação, a forma como reagimos a essas mudanças é crucial. Ela nos encoraja a abraçar a fluidez da vida, a reconhecer que nem tudo está sob nosso controle e a manter uma atitude flexível para aproveitar ao máximo as reviravoltas que surgem em nosso caminho.


Mais do que apenas sorte ou azar, a Roda da Fortuna também nos convida a uma profunda reflexão sobre o karma e o destino. Ela sugere que as experiências que vivemos são, em parte, o resultado de ações passadas, e que cada escolha que fazemos hoje molda o nosso futuro. É um lembrete de que estamos inseridos em um grande ciclo cósmico, onde causa e efeito se entrelaçam. Ao compreender essa dinâmica, somos incentivados a agir com consciência e responsabilidade, sabendo que cada giro da roda traz consigo novas lições e oportunidades para o crescimento pessoal.


Portanto, ao se deparar com a Roda da Fortuna em sua jornada com o tarô, entenda-a como um convite à ação e à aceitação. Ela nos desafia a soltar o controle, a confiar no fluxo da vida e a nos adaptar aos movimentos com sabedoria. Lembre-se de que a vida é um ciclo contínuo de altos e baixos, e que cada fase, seja ela de ascensão ou declínio, carrega consigo o potencial para um novo começo.

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